sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Consciência Negra -20 deNovembro

O 20 de novembro trata da data do assassinato de Zumbi, em 1665, o mais importante líder dos quilombos de Palmares, que representou a maior e mais importante comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população estimada de mais 30 mil. Em várias sociedades escravistas nas Américas existiram fugas de escravos e formação de comunidades como os quilombos. Na Venezuela, foram chamados de cumbes, na Colômbia de palanques e de marrons nos EUA e Caribe. Palmares durou cerca de 140 anos: as primeiras evidências de Palmares são de 1585 e há informações de escravos fugidos na Serra da Barriga até 1740, ou seja bem depois do assassinato de Zumbi. Embora tenham existido tentativas de tratados de paz os acordos fracassaram e prevaleceu o furor destruidor do poder colonial contra Palmares.
Proposta antiga
Há 32 anos, o poeta gaúcho Oliveira Silveira sugeria ao seu grupo que o 20 de novembro fosse comemorado como o "Dia Nacional da Consciência Negra", pois era mais significativo para a comunidade negra brasileira do que o 13 de maio. 
"Treze de maio traição, liberdade sem asas e fome sem pão", assim definia Silveira o "Dia da Abolição da Escravatura" em um de seus poemas. Em 1971 o 20 de novembro foi celebrado pela primeira vez. A idéia se espalhou por outros movimentos sociais de luta contra a discriminação racial e, no final dos anos 1970, já aparecia como proposta nacional do Movimento Negro Unificado.
A diversidade de formas de celebração do 20 de novembro permite ter uma dimensão de como essa data tem propiciado congregar os mais diferentes grupos sociais. "Os adeptos das diferentes religiões manifestam-se segundo a leitura de sua cultura, para dali tirar elementos de rejeição à situação em que se encontra grande parte da população afro-descendente. Os acadêmicos e os militantes celebram através dos instrumentos clássicos de divulgação de idéias: simpósios, palestras, congressos e encontros; ou ainda a partir de feiras de artesanatos, livros, ou outras modalidades de expressão cultural.
Luta por reparação
Um movimento social que retomou sua expressividade no cenário político contemporâneo foi o movimento negro. Mas definir a sua configuração na atualidade não é tarefa fácil. Dois processos políticos vêm sendo destacados pelos ativistas do movimento como marcos de sua história recente: a preparação para a participação brasileira na Conferência de Durban, realizada na África do Sul, em 2001, e o projeto de lei do senador Paulo Paim (PT-RS), o Estatuto da Igualdade Racial.
A partir desses dois eventos significativos seria possível definir alguns contornos do movimento negro nos anos mais recentes. E o que se destaca é a luta pela reparação. Se tal noção se constitui numa demanda internacionalizada do movimento negro (presente em vários países africanos e nos Estados Unidos), no Brasil, a reparação é pensada como combate às desigualdades entre brancos e negros (desigualdades raciais). E a responsabilidade histórica por este combate caberia ao Estado brasileiro. Sendo assim, a modalidade de política eleita como reivindicação principal do movimento negro, na atualidade, são as políticas públicas de ação afirmativa. E, por causa delas, o diálogo entre o movimento negro e o Estado é cada vez mais intenso.
O estatuto da Igualdade Racial
O Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), está em tramitação no Congresso Nacional desde 1998. Existe grande expectativa de que ele seja aprovado ainda neste novembro, mês da consciência racial. 
O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, em encontro recente com representantes de várias entidades do movimento negro, teria se comprometido a colocar o projeto na pauta do plenário da Câmara antes do dia 20 de novembro. A aprovação do Estatuto vem concentrando os esforços de boa parte da militância negra que o considera um marco político por condensar muitas reivindicações históricas do movimento.
Segundo Edson Lopes Cardoso, assessor para relações raciais do senador Paulo Paim e ativista histórico fundador do MNU (Movimento Negro Unificado): "Se você considerar o movimento negro nos últimos trinta anos, é muito difícil que alguma coisa levantada pelo movimento não esteja presente no projeto. Houve uma discussão com o movimento social. Os pareceristas que avaliaram o projeto durante todos esses anos de tramitação eram todos do movimento negro. Há no projeto uma média razoável de atendimento de reivindicações do movimento negro".
Consciência Negra - O Projeto de Lei
O projeto de lei é amplo e prevê, em seus capítulos, questões como pesquisa, formas de prevenção e combate de doenças prevalecentes na população negra (tais como a anemia falciforme); direito à liberdade religiosa e de culto, especialmente no que diz respeito às chamadas religiões afro-brasileiras como o candomblé; reconhecimento e titulação das terras remanescentes de quilombos; inclusão no mercado de trabalho, através da contratação preferencial de profissionais negros, tanto na administração pública quanto nas empresas privadas. 
O sistema que prevê cotas para negros compreende os concursos públicos e instituições de ensino superior (públicas e privadas), a apresentação de candidaturas pelos partidos políticos e a participação de artistas e profissionais negros na televisão, publicidade e cinema.
Cardoso faz questão de enfatizar que o Estatuto da Igualdade Racial, não se resume, assim, ao sistema de cotas: "O projeto tem duas diretrizes políticas fundamentais que são uma conquista e sinalizam a maturidade do movimento negro. Primeiro, muitas pessoas pensam que o projeto só tem cotas. O sistema de cotas, na verdade, é parte do Estatuto. 
O Estatuto tem uma orientação no sentido de que todas as políticas de desenvolvimento econômico e social devem conter a dimensão de superação das desigualdades raciais. É uma orientação para se redefinir as políticas universalistas. Ele também tem como diretriz, portanto, as ações afirmativas e, dentro delas, uma medida especial que é o sistema de cotas. Esta distinção é importante para não reduzir a amplitude do Estatuto".
Pode-se observar que o Estatuto da Igualdade Racial dispõe sobre questões algumas das quais já previstas em outras legislações tais como a própria Constituição de 1988. A novidade deste projeto de lei, portanto, não residiria naquilo que nele se reivindica como direito mas na possibilidade da garantia desses direitos serem postos em prática.
"A mobilização em torno do Estatuto é importante não apenas para aprová-lo mas para fazer com que os direitos nele previstos, caso venham a ser formalmente assegurados, possam ser efetivamente usufruídos pela população negra. Às vezes, um movimento se mobiliza para conquistar uma legislação mas não tem força para levar àquela legislação à prática. Isso é muito comum no movimento social, e mais comum ainda conosco do movimento negro, por razões do racismo estrutural que compõe a história do Brasil", afirmou Cardoso ao definir as expectativas que rondam a aprovação do projeto de lei.
Fonte:http://www.portalescolar.net/2011/02/dia-da-consciencia-negra-20-de-novembro.html#ixzz1bMw26NVM

Lei 

nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e da outras providencias.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79 - B:
"Art. 26- A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.
§ 3º (VETADO)"
"Art. 79 -A. (VETADO)"
"Art. 79 -B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como 'Dia Nacional da Consciência Negra' ."
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Máscaras Africanas


Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Identificar a função das máscaras na cultura africana;
identificar os diferentes modos de construção das máscaras africanas;
construir dois tipos de máscaras africanas em sala, destacando as etapas e materiais necessários.
Duração das atividades
3 aulas com duração de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Destacamos que os professores devem trabalhar os aspectos referentes as habilidades manuais como: recortar, colar, prinsar, picotar, bem como os componentes da produção artística visual - texturas, cores, formas.
Estratégias e recursos da aula


1º MOMENTO:

A aula terá início com uma roda de conversa sobre a presença da máscara na cultura africana. Para ilustrar e motivar o grupo o professor apresentará imagens de diferentes tipos, formas e estilos de máscaras africanas.



Fonte:http://www.escritoriodearte.com/leilao/2008/setembro/JPEG/8517.jpg



Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDHkdgKvdgXyaIiLjfxlUaCWYujn3HILfYLCqYF5D3P9ar67HrNEmpMlQRf4gDOT93nRnG4LGBNYHvAAwr37gsH760jXsHuzWckikvgnPhsWIuhaF08HGe3ZBcZ1j77tPBzsB98eJcUQE/s1600/83323.jpg




Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwgE-HCobVfbFkJE01OqdOrIqWQiOEL_J5YNWi1e6UNzRSEgePcOx5GOF-m17-ou8weNnc0LrXg2u-R3tVAzKZITF2NuFVcMJcwU53tmmKQNIm2HuTg9Cj9xJAm6qYEZiwVVX93a7yqPxI/s1600-r/mascara1.jpg





No momento da apresentação das imagens sugerimos que o professor faça alguns questionamentos que orientem o olhar das crianças para a leitura das imagens, através de perguntas do tipo: todas as máscaras são produzidas com uma mesma finalidade? (se for o caso, explicar o que venha ser finalidade, ou usar outro termo); quais os materiais que fazem as máscaras?que cores estão mais presentes?


A partir das respostas do grupo, o professor poderá promover uma articulação entre os saberes que as crianças trazem em suas falas e as novas informações e conhecimentos selecionados em materiais como: livros, textos, histórias e/ou imagens (como as que sugerimos para abertura da aula).

Como forma de registro deste momento, sugerimos que as crianças possam se agrupar em pequenos grupos e escrever algumas das novas informações que aprenderam sobre a importância das máscaras na cultura africana (cada criança, à sua maneira, desenha e/ou escreve suas ideias).

2º MOMENTO:

O professor propõe para este momento a construção de um tipo de máscara visto nas imagens. Neste caso, sugerimos a confecção da máscara de bruxo(a). Para construir a máscara serão necessários os seguintes materiais:
cartolina guache
papéis coloridos
penas
tecido
tinta guache
pincel
cola
tesoura

Para fazer a máscara sugerimos que o professor encaminhe juntamente com as crianças os seguintes passos:
Pintar o tecido com tinta guache e colocar para secar. A pintura consiste em pinceladas aleatórias ao longo do tecido.
Desenhar o modelo de um rosto na cartolina e recortar. Não recorta olhos e boca, apenas o nariz.
Desenhar olhos, boca e outros enfeites nos papéis coloridos para recortar e depois colar na frente da máscara.
Colar o tecido ao longo de toda a máscara deixando uma borda. Recortar a borda do tecido fazendo uma franja.
Escolher as cores das penas e colá-las na parte superior da máscara.



Fonte: NEI/UFRN



Fonte: NEI/UFRN

A MÁSCARA DE BRUXO
Descobrimos que a máscara de bruxo é usada nas cerimônias tribais grandiosas.

As tribos fazem as cerimônias nas noites de lua cheia e os feiticeiros e bruxos

cantam e dançam pedindo a proteção dos espíritos.

Em todas as tribos africanas tem um bruxo ou uma bruxa ou um feiticeiro

que usa seus poderes mágicos para proteger a tribo.









TEXTO COLETIVO - 1º ano 


Sugerimos que o professor conclua o trabalho desta aula sintetizando os conhecimentos em um texto coletivo, como o exposto, anteriormente.

3º MOMENTO:

Na aula em que fizeram a máscara do bruxo(a) as crianças tiveram a oportunidade de seguir instruções, como numa receita, para construir sua máscara. Desse modo sugerimos, que a aula pode ter continuidade com a proposição de uma atividade em que as crianças poderão recuperar e/ou se apropriar de alguns elementos que constituem o texto instrucional, como: sua estrutura e linguagem sucinta. Na atividade sugerimos que seja proposto às crianças fazerem uso de suas hipóteses de escrita e leitura o tempo inteiro. Na primeira parte da atividade as crianças são convidadas a escreverem o material necessário que usaram para fazer a máscara e, na segunda etapa, devem ler os passos da realização da máscara, recortá-los e colocá-los em ordem.





Fonte: NEI/UFRN



Fonte: NEI/UFRN



Fonte: NEI/UFRN


4º MOMENTO:


A aula terá continuidade com a realização de um outro momento de vivência. Ou seja, as crianças poderão construir um outro tipo de máscara, fazendo uso de materiais diferentes do que o (a) professor (a) sugeriu no modelo da máscara de bruxo. Nesse momento vai ser necessário:
papel ofício/sulfite branco em tiras largas e finas
cola branca
pincel

De posse do material, o primeiro momento da aula consiste numa conversa prévia com as crianças a respeito da realização da atividade. Esse tipo de máscara é modelada no rosto de cada criança. Caso seja uma turma composta por crianças muito pequenas, poderá não ser muito agradável para algumas crianças, pois há a possibilidade de não conseguirem permanecer o tempo necessário à construção da máscara.Se a turma for composta por crianças que já consigam fazer a máscara uma na outra, o professor pode ser o coordenador do trabalho, ajudando quando necessário.
Prende-se uma faixa/tira larga na testa envolvendo toda a cabeça, e duas tiras próximo da orelha - uma de cada lado formando o contorno do rosto. Depois cola mais uma de uma ponta a outra passando pelo nariz, para formar o modelo do rosto de cada um, a princípio. Neste momento você acabou de fazer a base. Depois e só ir completando com as tiras finas ou grossas, vai depender do formato do rosto da criança e vai completando até o rosto estar todo cheio, ficando descobertos apenas os olhos, a boca e nariz. O segredo é colocar bastante cola e colar bastante papel, para que a máscara fique com uma consistência firme.
Coloca para secar por, aproximadamente, 24 horas.
Depois que a máscara está seca você vai decorar. A decoração pode ser feita com tinta guache ou qualquer outro tipo de tinta que possa pintar papel. Coloca para secar novamente.
Em seguida você vai colar enfeites para que a máscara ganhe mais beleza. Os materiais podem ser diversos, como: penas, fitas, tecidos, bicos, lantejoulas, gliter, entre outro.



Fonte: NEI/UFRN



Fonte: NEI/UFRN




Fonte: NEI/UFRN


Depois das máscaras feitas e decoradas, sugerimos uma exposição das atividades desenvolvidas a respeito das máscaras africanas como forma de síntese do trabalho. Após a exposição as crianças poderão brincar com as máscaras inventando enredos com os elementos apresentados da cultura africana: reis, bruxos, guerreiros , entre outros. As máscaras poderão,também, compor o faz de conta da sala por algum período e depois podem ser levadas para casa.
Recursos Complementares


Avaliação
Ao final do desenvolvimento da atividade é de fundamental importância que o (a) professor (a) possa observar na criança a capacidade de:
  • Compreender a função do uso da máscara na cultura africana.
  • Conhecer os diferentes modos de produção das máscaras africanas.
  • Destacar os aspectos da produção da máscara: recorte, colagem, pintura, e composição/decoração
  • .Fonte: Portal do professor/Autor-Edna Maria da Silva

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