A literatura tem apontado que o atual sistema escolar valoriza alunos rápidos e eficientes, com bom desempenho em testes “decisivos”.
Pensem em folhas de testes, nas quais a pessoa deve escolher uma de quatro respostas ou preencher um item que está incompleto; pensem nos exercícios, em que é proposto um problema e se espera que a pessoa o resolva naquela noite ou durante o fim de semana; pensem nas apresentações em sala de aula, em que se espera que os alunos localizem informações obtidas a partir de leitura ou aulas e as apresentem de uma forma semelhante à original; pensem nos exames regulares e decisivos em que, com o relógio cronometrando, espera-se que a pessoa acesse informações reunidas durante um longo período de tempo e as reapresente, se possível, de uma forma acurada e que demonstre cera reflexão e muita originalidade (KORNHABER, WAKE, GARDNER, 1998, p.264).
Uma escola que se mantenha neste padrão não garante o sucesso do indivíduo na sociedade, que está em constante mudança e exige estratégias e resolução de problemas que vão além das habilidades lógico-matemáticas e lingüísticas, priorizadas pelo sistema escolar.
Gardner (1989, p. 264) cita a frase de um professor chinês que reflete um dos problemas enfrentados pela educação “Nós fazemos desta maneira há tanto tempo que sabemos que está certa”.
Um aspecto a ser ressaltado é que, a escolha das práticas pedagógicas é essencial para que o processo de ensinagem se complete, portanto, preciso estar sempre atento para que essas práticas não sejam mantidas apenas por hábito, mas, por ser a melhor estratégia de instruir os alunos.
Segundo Oliver (1997), Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos possuem como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências.
As inteligências são, portanto, potencialmente determinadas pelo ambiente em que a pessoa está inserida, e cabe às escolas proporcionarem oportunidades para que seus alunos desenvolvam o máximo de suas capacidades.
Dessa forma, o professor deve adquirir uma postura pedagógica na qual o conteúdo seja articulado para produzir uma aprendizagem significativa, estando aberto a novas práticas de sala de aula. Para que esse processo seja efetivo, é primordial a capacitação docente, bem como sua constante atualização, buscando novas maneiras de inovar e melhorar seu desempenho em sala de aula, no sentido de atender às novas demandas que se revelam nos mais diferentes contextos educacionais.
Educar exige que o professor seja, ao mesmo tempo, criativo, flexível, que tenha sensibilidade para saber o que se passa com seus alunos, escutá-los, impor limites, além de competência acadêmica. É importante que docentes e discentes sejam curiosos, instigadores, pois como relata Fernandes,
(...) Ensinar significa aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação que separe as pessoas em raça, classes... É ter certeza de que faz parte de um processo inconcluso, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto, há sempre possibilidades de interferir na realidade a fim de modificá-la (FERNANDES, 2010, p. 02).
A criança deve ser estimulada em todas as inteligências desde pequena, para impedir que ela cresça com limitações em alguma área.
Porém, o docente deve considerar o desenvolvimento individual de seus alunos, pois cada um desenvolve-se de maneira diferente, e não há uma única inteligência capaz de comparar todas as crianças.
As inteligências em um ser humano são mais ou menos como as janelas de um quarto. Abrem-se aos poucos, sem pressa e pra cada etapa dessa abertura existem múltiplos estímulos.(...) É um erro supor que o estímulo possa fazer a janela abrir-se mais depressa. Por isso, essa abertura precisa ser aproveitada por pais e professores com equilíbrio, serenidade e paciência. O estímulo não atua diretamente sobre a janela, mas se aplicado adequadamente, desenvolve habilidades, e estas sim, conduzem a aprendizagens significativas (ANTUNES, 2000, p 19).
Além disto, deve-se evitar fazer comparação entre o progresso de uma criança com o de outra, pois a velocidade na aprendizagem não deve ser confundida com inteligência. A comparação, segundo Grispino (2006), gera uma competitividade desigual, fortemente desgastante e sem sentido
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